sábado, 24 de julho de 2010

O belo vem do feio?


Não entendo, quero saber mentes inteligentes cabeças cheias de imaginação coisas do tipo “nasci sabendo”, músicos, atores, cantores, pintores, escritores, todo o artista liberal pessoas que tenham dons naturais que desenvolveram estas aptidões com auxilio de aulas ou os que nem precisaram sejam eles quem for, por que esta gente tem a tristeza como a maior das alavancas para suas melhores criações? Ô povo complicado olho filmes leio livros me apaixono por personagens reais e por mais feliz que os fins sejam todos tem a tristeza como aliada. E não preciso ir longe, ao meu lado tenho amigos cotidianos que sofrem deste mal, o mal da tristeza feliz, sim feliz. A felicidade acontece quando o fim da obra chega, muitos exemplos posso citar Frida Khalo,uma artistas natural uma mente inquieta com irreverentes atitudes atemporal revolucionária, tudo isso e um ferro atravessa seu corpo em um acidente de ônibus pronto, sua vida obra e beleza toda baseada numa tristeza sem tamanho, o feio foi espremido e o belo surgiu.
Van Gogh chegou ter reconhecimento de sua obra em vida mesmo tendo vendido apenas um quadro, representante do impressionismo e pós-moderno sofria de uma terrível depressão que o levou ao ponto de cortar a própria orelha e dar-lhe a uma prostituta não tem explicação um pintor cheio de beleza nas pontas dos dedos, mas uma mente que sofria, os canalitos de ligação tinham defeitos o belo vem do feio? São muitos os casos, Cazuza, que palavras tão belas que sentimentalismo extravagante donde vem isso tudo? O que pensava quando escreveu palavras que não abrangiam só o culto ao amor, mas também ao humanitário? Essa gente sofreu, artista num geral sofre é síndrome de “coitadismo” só pode ser! Também temos os escritores boêmios que tem o álcool e o cigarro como armas fáceis para defesa de tanta tristeza de amor não correspondido a eterna mania de “gostar de quem não gosta de mim” dói.
Augusto dos Anjos bucólico sofredor que palavra esta própria para um outro artista escrever em pele faça-me um favor, chame o “tatua-dor”! Sim, pois só ele para finalizar este papo sem fim, definitivamente o belo não existiria sem o feio, o artista é isso um triste que me faz feliz!





Receita Inversa


Ele incomoda pensamento
Ele inquieta coração
Preocupa seu guarda roupas
Faz com que ela arranque pelos
Desperta sua beleza guardada
Faz tanta coisa sem saber
E pouco que faz sabendo
Faz a vontade aumentar
Ela pensa e sem saber como lidar
A boca ela esconde
O olhar desvia
Em um suspiro sai à francesa.

Por favor, não fale.
Deixe pra depois o que quero
Que fale agora.

Por favor, não fale!
Deixe meus pensamentos à sós.
Deixe-me aqui
Pensando no que quero.
Deixe-me, minha estória é alimentada com tua ausência.
Peço-te deixe-me aqui!
Deixe-me aqui
Não quero ouvir tua voz.
Deixe-me aqui ensurdeci e logo ficarei muda
Assim o decidi
Pois esta paixão já me cegou
E ainda existem medos do amor!



segunda-feira, 19 de julho de 2010

Espelho meu


Ela vive no espelho, aos lados aos pés e á cima da cabeça. Se pudesse o teria ali para que ela jamais esqueça. Imagem e semelhança para ela não basta, quando primitiva olhava sua sombra, na água também teve sua imagem refletida, o espelho é o melhor.
Quando quero me encontrar não tem coisa mais rápida que olhar no espelho, pronto! É na velocidade da luz, tudo o que quero refletido, vejo, sinto e compreendo, de futilidades e profundidades. No espelho observo incansavelmente minha imagem refletida, normalmente estou gorda, gostosa sempre grande e tudo que me consola é uma boa produção! Achar uma boa combinação de roupas requer um bom espelho, é o melhor amigo da primeira imagem.
Isso tudo só funciona com o melhor dos conselheiros o “bom senso”, sem ele não chegaríamos à esquina. Boas combinações não precisam levar ao pé da letra a palavra “combinação”, quando não se é compreendida podemos ser lavados a uma cafonice sem escrúpulos sendo assim combinar pode ser uma palavra perigosa para alguns leigos. Em muitos casos ter um bom espelho não adiantaria de nada, para resolver casos assim chame a melhor amiga (o), irmãos e pais neste caso são de rara ajuda, da parte dos irmãos seja homem ou mulher e não tiveram um relacionamento amigável a chacota é certa se pais pode deparar-se com a genética da cafonice misturada com o amor incondicional que eles sentem por ti ao ouvir a frase “estas linda de qualquer jeito a mãe te ama filha”, ao ouvir isso pode ter a certeza de o preto é tudo que te resta.
Quando a ausência da orientação ao belo impera, tenha cuidado, na verdade se tu fores um candidato á cafonice não vai entender nada que falei, pois quem sofre deste mau nem sabe que ele existe!
Podemos falar mais do espelho, as índias se olhavam onde para fazer suas maquilagens antes dos espanhóis chegarem? E Cleópatra como fazia seu delineador tão perfeito? E os guerreiros africanos como se preparavam para as guerras com suas maquilagens bem elaboradas? As informações que tenho é de Cleópatra símbolo de beleza admirava-se no pai dos espelhos, pois foi no Egito antigo junto ao Rio Nilo que aconteceu o primeiro contato com a contemplação do reflexo. Na chamada idade do bronze (3000a.c) mais tarde fabricaram espelhos de prata polida, mas os ancestrais aos de hoje foram elaborados em Veneza no ano de 1300 por um artesão.Sendo assim espelho é cultura, o que seria da madrasta da Branca de Neve, com a famosa frase “espelho, espelho meu existe alguém mais bela do que eu?”, nada é a resposta certa. Quantas vezes nos deparamos em frente de um espelho nos questionando, nos olhando, “olhos nos olhos, quero ver o que você faz”, assim falou Chico Buarque.
Maximiza, olha tudo em tudo. Quantas vezes falou consigo olhando no espelho? O monologo mais sincero que tu podes vir a ter em uma vida inteira.
Para algumas pessoas é até companhia para outros é espelho e pronto.

Poema da tristeza

Triste de da dó
Triste de morre
Morrendo de tristeza
Lágrima de doe!
Hortência Guterres

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Duelo



Inicia-se o jogo as palavras se misturam na fumaça dos cigarros nervosos e fermentam na cevada que entra garganta a baixo.
Eles só sabem falar, muitas argumentações e poucos olhares. Mal prestam atenção nela, mesmo sendo ela o motivo de tantas palavras sábias, jogadas ao bar cheio. Ela fica ali quase só, mas, acompanhada acende um cigarro e bebe.
Eles se conhecem a conhecem e conhecem suas vontades seus porques. Acredito que eles não sabem os pensamentos de ambos, mas como bons animais sentem. Ativam suas percepções e começam uma exibição inconsciente para a fêmea em “dis-puta”!
Um simples assunto como falar de signos toma uma proporção gigantesca ao invés de ser um fútil assuntinho de mesa de botéco pensasse e falasse nos primórdios dos incas e o quanto a astrologia é sábia.
Um simples assunto requer palavras de alto calibre logo às posições já têm seus ocupantes ofensivo, defensivo e claro a mocinha em questão.
Breno fica na defensiva e lança a questão, junto mais uma opinião. Hélio saca sua arma, carrega de boas palavras e mais algumas letras avulsas no bolso, caso precise formar palavras ousadas. Mira e metralha, o normal é acertar no cérebro e acabar com a fala inimiga.
Ela continua inerte, caras e bocas nada acaba com o duelo, mais um gole mais uma tragada, à cima uma televisão ocupa sua janela visual, mais umas pessoas na volta e dentro de um comum egoísmo pensa em si, na situação em que esta. Por que aquela noite? Por quê aqueles dois?Ela não sabe,relaxa,observa e sorri, por um momento decide prestar atenção no assunto, pois as faíscas estão altas, ela vê palavras rasgadas e conhecimentos expostos. A serenidade da conversa a impressiona, dois homens interessantes que lhe interessam e se interessam por ela estão ali em um duelo do acasalamento verbal, quem leva a fêmea?
Ela pensa e precisa decidir logo. Quer os dois, mas pensa de novo, quer nenhum, pensa mais e decide no uni-duni-te o escolhido foi... vo-cê!
Pronto! A opção foi feita e por mais que amasse a companhia de Hélio precisava ouvir o que Breno tinha para falar.
Hélio se foi
A atenção chegou e Breno começou a falar ela sentia, sabia que algo seria diferente no assunto. Falaram muitas palavras, puídas pelo tempo, sinceras, saíram de um silêncio longo, haviam emudecido, palavras sem uso, mas como o silêncio é de ouro não perderam a beleza nem o valor.
Assim mesmo foram saindo se misturando se identificando. Duelos de homens, duelo animal duelo de palavra duelo de sentimento. Ela sentiu que travou um novo duelo com ela mesma uma força de igual, ela com ela em outras dimensões.


Caixa de Mensagem
Vazia! Vazia, é assim que leio.
Nos fins que apago Para não recordar
A correspondência
Vazia para eu não lê-la.

Lembranças só servem
Para preenchimento
Dos dias vazios.

Quero a vivacidade dos
Dias felizes
E quando eles já
Não me pertencem
Pouco importa
O quanto valeu.

Delicio-me assustada
No estranho sentimento
Vazio do hoje

E na inquietude que me toma o corpo
Por não querer me assustar.


domingo, 23 de maio de 2010

O que está trás dela.


Decidida a escrever em blog e abandonar canetas e papéis,trago da maldade à pureza uma escrita escondida no papel,dando asas às singelas palavras que desbravo neste teclado à partir de agora......ela carregava um pequeno livro de capa vermelha fora de sua mãe na infância.Ali aprendeu à ler vendo,via o dia inteiro,fingia que lia e quando cansava pedia para alguém ler.Ouvindo o que lia vendo seguia, imaginando que lia.Ao ouvir, certeza de o que imaginava quando lia,estava quase igual.Imaginava bem.Assistindo um destes programas infantis educativos do canal TV Cultura,aprendia algumas letras,ainda não conseguia assimilar tantas formas era melhor ficar imaginando.Nos fins de novela era que causavam mais vontade de ler,tudo muito rápido, tudo piorava e a tal da leitura parecia que nunca iria sair da palavra falada.Via gibi,gostava mais da Magali que de Mônica,via imaginava que lia via tudo que podia.Assim ela aprendeu a ler,quando viu no programa e a primeira palavra saiu a+s+a=asa que alegria, era tudo que ela precisava asas para as palavras!A vingança começou, lia tudo que conseguia fins de capítulos de telenovela,telejornal,os letreiros nas ruas,placas de qualquer coisa que estivesse à sua vista.Os discos compactos com historinhas agora não eram mais só vistas,as capas também eram lidas,tudo de vontade própria e graças a alparagata da mãe(que já não argumentava mais a situação).Começou a ouvir mais musica depois de ter passado seu terceiro ano de vida cantando uma música do Lobão”Vida bandida”,aos quatro cantos da casa causando a exigência da mãe de por favor parar um pouco ou cantar outras músicas.Começava aí uma zona de conflitos.Eternos e internos.Raul Seixas apareceu quando “Plunct plact zun” lhe pareceu divertido logo seria seu segundo artista favorito,aumentando o vocabulário de um modo que sua mãe não gostou.Mas as palavras também precisavam ser escritas pois só ler a enchia de novas imaginações,era como um cofre de palavras,de tempos em tempos era preciso retirá-las pois já não cabia mais tanta riqueza.Esvaziou seu cofre no seu primeiro diário,começando assim um hábito que se prolonga até os dias de hoje.No total de quase 7.000 dias escrevendo em papéis, ( tudo contando com anos bissextos que já foram 6) .O amor,este sempre foi seu grande inspirador.Pena que só sabia escrever quando sofria,as palavras escritas pareciam que como desabafo o sentido era maior.Os primeiros diários sempre bem narrados descreviam coisas do tipo;”Hoje ele estava lindo me olhou mas não falei com ele.Pronto!Por desabafo,por um hábito muitas vezes por intimidade deu inicio a pilhas de agendas que sempre as carrega sem saber nem onde guardar.Carrega lembranças de estórias com histórias uma mistura fina de sopa de letrinhas desajeitadas que formavam o que está,atrás dela.Além de lidar com suas próprias palavras e pensamentos,haviam pensamentos alheios,palavras dos outros,tudo isso juntava-se a os seus em resumos,os que lhe interessavam sempre eram os das pessoas mais velhas.E assim o sangue da Flor descobriu como deveria fazer os caminhos em suas veias e abrindo os olhos entrou em um universo que pode fazer a prova real dos sentimentos alheios,uma analista do mundo.Analisando mundo dos outros aprendeu a auto-analise,aplicando sem pedir licença e sempre com uma delicadeza que passa desapercebida a eterna magia das palavras.
Asas e Palavras
O resumo perfeito dos amores atuais das felicidades rasas da demasia do ser e do desconforto de não saber ficar em silêncio podendo se calar.
Tem palavras que não precisam de asas porque não sabem voar!
Mas não sou eu quem dito a regra do que não se pode regrar.